Janeiro, fevereiro e março, a praga do BBB

Os Reality shows – programas baseados na vida real – foram crescendo em popularidade com o passar dos anos e parece que essa tendência não irá abrandar, não tão rápido quanto gostaríamos. A verdade é que esses reality shows parecem se multiplicar semana após semana, aparecendo com conceitos diferentes. É rara a rede de Televisão que não tem um reality show em sua programação, e por, mais que exista uma massa que não vive sem este tipo de programa, ainda existem algumas pessoas como eu, que “odeiam” essa tendência.

Eu seria hipócrita se dissesse que odeio todos os reality shows – aliás, odiar é uma palavra muito forte, digamos que eu não gosto deles – mas para ser honesta eu até assisto um ou outro quando cruzo com eles enquanto troco de canais, assim como The Aprenttice (O Aprendiz) exibido atualmente pela Sony Entertainment Television; Top Chef exibido pela Bravo TV, ou até mesmo o What Not to Wear exibido pela BBC.

A questão é que os reality shows referidos anteriormente, apesar de na sua essência premiarem acontecimentos que retratam o fruto da realidade (não vou entrar no mérito dos scripts e das farsas), e visarem historias reais, não são tão medíocres quanto o Big Brother, que no Brasil atende pelo nome de Big Brother Brasil, vulgo o BBB.

O “Grande irmão” mais conhecido como Big Brother criado pelo holandês Johannes “John” Hendrikus Hubert de Mol, que tem como base no romance escrito por George Orwell é um programa que tem como alicerce a constante vigilância de pessoas reclusas sem contato com o mundo exterior. No Brasil tem duração de cerca de três meses e o grupo participantes (em regra menos de 15 pessoas escolhidas por um processo que de seletivo nada tem e bastante duvidoso) são tão anódinas quanto o programa em si, são pessoas que alguns chamam de “polêmicos” eu particularmente chamo de fúteis e inúteis, pois eu não sei como garotas de programas e atores pornôs não assumidos podem acrescentar algo a minha vida cultural. Tampouco machistas e homofóbicos.

Repleto de participantes ordinários, duvidosos lutando por minutos de fama, aos quais não fazem jus de modo algum, o BBB é o ponto mais baixo que a indústria do entretenimento já chegou, é uma apologia à mediocridade (palavras de Paulo Schimdt), que permeia a falsa moral daqueles que assistem. E esse é outro problema, outra praga, a dos fãs desse programa sofrível, meão. Mas, também com o marketing que a respetiva rede de televisão faz como podem as pessoas não ficar curiosas e até mesmo assistir? Começa nos intervalos dos comerciais, do telejornal, na internet e por aí vai.

Assim, é quase impossível ficar-se isolado e alheio a essa frivolidade que ocupa a vida de milhares de fãs de Janeiro a Março. Afinal, aqui entre nós, você pode até não assistir a esse monte de dejetos, mas sim, você sabe quem foi o campeão da última edição! Eu sei quem foi e eu nem o canal onde passa essa mediocridade assisto, MAS seus amigos assistem, seus colegas da faculdade comentam, seu Facebook e Twitter são inundados por posts e por aí vai.

Mas, tudo bem eu até entendo que uma grande parte da população brasileira goste e ostente tal programa. O que me deixou com os cabelos em pé literalmente, foi quando em Março de 2011 descobri que o fanatismo a esse programa que agora me recuso a escrever o nome, ultrapassava fronteiras. Como assim ultrapassa fronteiras?  Você deve estar se perguntando… Simples, com o advento da Rede Internacional de TV (a partir de satélite), essa mediocridade é exportada diretamente para a TV de angolanos e portugueses, que passaram a idolatrar tamanha futilidade, transformando esse reality show numa praga que está longe de ser contida e exterminada, por isso prepare-se, pois Janeiro vem aí, com mais uma edição do Big “Bosta” Brasil para deliciar os olhos de outros tão medíocres quanto os participantes do programa.

Vídeo da saia justa do Pedro Bial com Boni no programa “Altas Horas”

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