Atualmente, tornou-se habitual ouvirmos que temos de ser resilientes, ou que a resiliência deveria ser característica intrínseca ao ser humano. Se calhar, até tu já falaste nisso; mas, porventura já procuraste saber o verdadeiro significado da palavra resiliência? Ou, como tal propriedade pode ser proveitosa na tua vida, no teu trabalho, nos teus relacionamentos; enfim, no quotidiano? A questão é trabalhada em inúmeras áreas, como: saúde, administração, economia, sociologia e psicologia.
Para muitos, a resiliência é uma proposta recente. Por isso, o seu conceito às vezes se torna incompreensível ou polémico. Porém, o termo já é utilizado na América do Norte, há alguns anos. Hoje, podemos encontrar alguns livros que abordam o assunto: “Resiliência: Descobrindo as Próprias Fortalezas”, de Aldo Melillo e Elbio Néstor Suárez Ojeda; “El Poder de La Resiliência”, de Brooks; entre outros.
Mas o que seria essa arte? A palavra tem origem do inglês resilient. Foi inicialmente utilizada na Física. De acordo com o Dicionário da Porto Editora, é a “energia potencial acumulada por unidade de volume de uma substância elástica, quando deformada elasticamente”. De modo figurado, é a “resistência ao choque”.
No âmbito da Psicologia, refere-se à capacidade do ser humano de vencer dificuldades, superar contrariedades, obstáculos, por mais fortes e traumáticos que sejam. Seria a faculdade de passar por experiências adversas, sem prejuízo para o desenvolvimento. Essas experiências podem ser a morte de um parente querido, um fim de relacionamento, a perda de um emprego, pressão no trabalho, etc.
O ser humano deve ser capaz de descobrir novas formas de lidar com a vida. A partir dos traumas e sofrimentos, reorganizar-se de maneira eficaz, obtendo progresso ou crescimento. Como disse o polémico Donald Trump:
A vantagem, se existe alguma, em estar no fundo do poço é que qualquer movimento nos leva para cima.
Possui a arte da resiliência o ser humano que, ao ser submetido a adversidades, tenha capacidade de superá-las sucessivamente, moldando-se a cada obstáculo e desafio. Por outro lado, a prática dessa arte exige um foco, pois sem um motivo concreto o individuo não se sentirá motivado e, por conseguinte, terá maior dificuldade para superar os entraves. Existem dois tipos de indivíduos: os que nascem resilientes e os que se tornam.
O administrador Leonardo Grapeia, ressalta algumas dicas que podem ajudar. São sugestões úteis para todos nós, em qualquer área profissional ou situação:
- Mentalizar o protejo de vida, mesmo que não possa ser colocado em prática imediatamente; sonhar com protejo é confortante e reduz a ansiedade. Aprender e adotar métodos práticos de relaxamento e meditação;
- Praticar desporto para aumentar o ânimo e a disposição. Os exercícios amplificam nossos níveis de endorfina e testosterona, consequentemente, proporcionam sensação de bem-estar;
- Procurar manter o lar em harmonia, uma vez que é o “ponto de apoio para a recuperação”;
- Aproveitar parte do tempo para ampliar os conhecimentos, pois isso aumenta a autoconfiança;
- Transformação em um otimista incurável, visualizando sempre um futuro bom;
- Assumir riscos (ter coragem);
- Ser um “sobrevivente”, repleto de recursos no mercado profissional. Apurar o senso de humor (para desarmar os pessimistas);
- Separar “quem se é” do que “se faz”;
- Usar a criatividade para sair da rotina;
- Examinar a relação com o dinheiro;
- Permitir sentir dor, recuar e até enfraquecer para, em seguida, retornar ao estado original.
Agora que já sabes um pouco mais sobre a arte de ser resiliente, pergunto: nasceste resiliente ou tens de te tornar resiliente? Por via das dúvidas, pratica, pois desenvolverás a faculdade de ultrapassar, de forma positiva e progressiva, obstáculos e infortúnios tanto pessoais quanto profissionais que, no passado, mostravam-se como pedras no teu caminho.