Whitney Houston morreu e antes mesmo que a causa da morte fosse divulgada surgiu à especulação de que a sua morte foi originada por uma overdose, isto é, por uma dose excessiva de drogas, o que é compreensível dado o histórico de consumo de drogas pela cantora. O que eu achei de extremo mau gosto foi o cantor Tony Bennett (no palco da festa do produtor Clive Davis) pedir aos presentes que fizessem uma campanha para legalização das drogas, afirmando que mortes como a da Amy Winehouse e do Michael Jackson (ambos dependentes químicos) poderiam ter sido evitadas caso as drogas fossem legalizadas, citando a Holanda como exemplo e isso deixou-me incomodada.
OK! Que a Holanda tem a política de drogas mais liberal do mundo é de conhecimento geral, a sua famosa Lei do Ópio (ou Opiumwet em holandês) não é recente e sofreu mudanças desde a sua origem até 1976 em que foi mais uma vez editada para incluir as novas alterações entrando em vigor em seguida. Essa legislação tem como base a diferenciação entre drogas de risco aceitável (maconha e haxixe) daquelas de risco inaceitável para a saúde e para a segurança pública (cocaína, heroína, anfetaminas e LSD). O álcool, considerado uma droga de risco alto, é legal e controlado pelo governo.
Dessa forma, é correto dizer que maconha e o haxixe são drogas toleradas (não liberadas porque, por exemplo, não é permitido fumar em lugares públicos) e que as outras drogas (de risco inaceitável como cocaína, heroína, LSD e anfetaminas) são expressamente proibidas e reprimidas, assim como a sua posse, o comércio, o transporte e a produção, visto isso, não consigo entender porque as pessoas insistem em citar a Holanda como exemplo quando falam da “legalização” das drogas.
Até onde eu sei (posso estar enganada) nenhum desses famosos (Elvis Presley, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Michael Jackson, Amy Winehouse entre outros) morreu de overdose de maconha, por isso não entendo porque na hora de promoverem campanhas de descriminalização e despenalização de drogas as pessoas insistem em utilizar a Holanda como exemplo, um país onde as principais drogas (responsáveis pelas mortes por overdose) permanecem proibidas, um país que em que a tolerância ao uso da maconha, que mirava a redução da criminalidade, prevenção da dependência química e segurança da sociedade, teve o efeito contrário do que inicialmente foi almejado, visto que uma das consequências mais terríveis da permissão do uso da maconha foi o crescimento exponencial da criminalidade. A situação é tão alarmante que desde 2008 a Holanda tem planejado mudar a sua politica de drogas; o governo holandês pretende endurecer a lei proibindo as famosas growshops (lojas onde os clientes podem comprar sementes e outros artigos para cultivar maconha dentro de casa), assim como impossibilitar o cultivo caseiro da cannabis impondo duras sanções a quem não obedecer à legislação.
Essa necessidade de mudar a politica de drogas repentinamente deve-se ao fato de que não só o crescimento da criminalidade é assombroso, mas também, porque desde 2002, a quantidade de jovens viciados quadruplicou havendo necessidade de construção de mais centros de tratamento para atender a demanda, mas você provavelmente não sabia disso, assim como o Tony Bennett.
Não obstante eu poderia escrever por horas a fio sobre a legalização das drogas na Holanda e como isso fracassou, ainda assim, apesar da realidade por muitos desconhecida (por mim apresentada nos parágrafos anteriores) iriam aparecer vários Tony’s Bennett’s a favor dessa legalização citando o que acreditam ser êxito da Lei do Ópio holandesa, achando que a legalização das drogas iria evitar mortes por overdose, o que não passa de uma hipocrisia, pois jamais esses famosos que insistem em se drogar iriam assumir o vicio, e sim, iriam continuar escondidos e se esgueirando pelos cantos para obter drogas e não ir aos médicos como sugeriu Tony Bennett na sua nada sábia defesa de legalização das drogas ou você acha mesmo que a finada Janis Joplin iria com seu kit de drogadição para a fila das salas especiais para viciados para injetar heroína sob supervisão médica? Bem, eu acho que não…
Lista com alguns famosos que morreram de overdose:
Amy Winehouse (2011)
Billie Holiday (1959)
Elis Regina (1982)
Elvis Presley (1977)
Heath Ledger (2008)
Janis Joplin (1970)
Jim Morrison (1971)
Jimi Hendrix (1970)
Marylin Monroe (1962)
Michael Jackson (2009)
Paul Gray (2010)