Salve “A Princesa Desencantada”

Uma das minhas missões de vida é tirar todos os meus livros do “estaleiro” — é assim que eu chamo a pasta do Windows onde ficam os livros. É vê-los publicados de forma impressa. Dar-lhes vida, tocar-lhes, cheirar-lhes como se fossem a coisa mais importante que eu já fiz… e se calhar até são.

Tive a minha primeira obra publicada no Brasil. Odeio amar-te, poesia, livro de poemas, publicação tradicional, coisa que todos me diziam ser impossível “ninguém publica poesia”, “não vende”, “as editoras não investem”, gritavam-me esgoelados.

Mas Delmo Fonseca apareceu e tornou o meu sonho realidade, porém não de um dia para o outro. Foram meses de trabalho! Muitas conversas, lutas infernais pela imagem da capa, pela escolha da fonte do miolo, diagramação, entre outros e, finalmente, recebi a prova do primeiro exemplar. Perfeito. Chorei, gritei, pulei, sorri, agradeci à Deus, e acima de tudo aos meus pais que nunca me deixaram desistir. Desistir não foi sequer uma opção aos olhos deles.

Embriagada pela publicação, jurei que viveria essa sensação pelos restos dos meus dias, mas a crise político-económica aconteceu, a editora meteu os pés pelas mãos e o sonho ter outros livros publicados esmoreceu.

Uma tristeza sem igual tomou conta de mim, ao ver que A Princesa Desencantada, romance de chick-lit não iria ficar corpulento, com lindas capas e folhas, ah, folhas e mais folhas para os leitores se deliciarem. Foi uma realidade dura, mas que tive que aceitar.

Adeus Brasil / Olá Portugal

Uma nova chance de publicar? Nem por isso. Não fosse a insistência do meu Mentor Paulo Schmidt sequer tinha enviado o livro A Princesa Desencantada para apreciação. Rejeição dói, queima por dentro, dilacera a mente e acima de tudo desmotiva. Mas lá enviei para dúzias de editoras, e então as esperadas rejeições chegaram, basicamente em três tipos de respostas padronizadas:

  • Gostamos muito do seu livro, mas infelizmente não iremos seguir com a proposta de publicação. O género não é conhecido do público nacional. Desejamos-lhe todo o sucesso.

EU de olhos esbugalhados: MAS COMO? Esse é o género da Margarida Rebelo Pinto! E bem, ela vende como água!

  • Gostamos muito do seu livro e temos o prazer em apresentar-lhe uma proposta editorial. Faremos a sua obra, desde a revisão, diagramação, capa, enfim, tudo até a impressão, terminando com a distribuição, se você adquirir 50 porcento dos exemplares.

EU embrutecida: OU SEJA, vou ter que gastar uns 1000 euros? Claro uma bagatela comparada ao serviço que me irão prestar, porque sim, editora que cobra é uma gráfica requintada! Para isso mais vale fazer publicação independente.

  • Gostamos muito do seu livro e iremos apresentar-lhe uma proposta editorial. A dita proposta? Nem 0,5 cêntimos de retorno por livro vendido.

EU desesperada: OK, talvez aceite, se implorar bastante são capazes de me dar mais um ou dois cêntimos.

E ENTÃO, veio a Trebaruna. Não só gostaram da obra, como soltaram gargalhadas enquanto a liam para avaliação. Sem desculpas de que o género não está do mercado, cobranças monetárias, e pouco retorno para mim, com uma resposta em tempo apreciável, ali estava o e-mail que eu tanto esperava!

VAMOS PUBLICAR “A PRINCESA DESENCANTADA” PORQUE ACREDITÁMOS NA OBRA! ACREDITÁMOS EM SI!

Meus olhos encheram-se de lágrimas! Liguei a correr para a minha mãe e ela disse-me:
“Eu falei para não desistires, que a Bia é um bom livro.”

E É ASSIM, COM O CORAÇÃO CARREGADO DE AMOR E UMA GRATIDÃO ENORME A TODOS QUE ME AJUDARAM E INCENTIVARAM, que informo que me junto ao Jorge Afonso, autor de Filhos da Raia, escritor primogénito da Trebaruna, e a uma equipa que coloca o autor em primeiro lugar, opera de modo a cuidar do meio-ambiente com publicações amigáveis e acima de tudo: reinveste parte dos seus lucros no crescimento da Editora e futuros autores! Salve A Princesa Desencantada!

Scroll to Top