Ainda não sabes?
Sinto-te ausente de mim!
Como se o amor
outrora concebido
apenas agora fosse verbalizado
em palavras cuspidas por ti.
És incapaz de observar?
Chove sobre ti, amor!
Gotas que limpam o sentimento.
E os planos traçados nas nuvens?
Transformaram-se numa
maldita tempestade.
Será esta chuva fria, dúplice,
a que enfrenta o meu ser
e que espezinha a minha pessoa?
Que congela o passado
e me faz crer num futuro
inalcançável, inexistente?
Será delírio o que escrevi antes?
Surto de uma alma resignada
e de um corpo carente?
Corpo comprimido entre febre e suores
causados pela tormenta,
que desperta furioso.
Procuro-te e não te vejo!
Ligo-te e, nada.
O que se passa?
Se não é delírio, loucura,
nem a continuação
de um velho pesadelo,
o que é?!