“A Princesa Desencantada” resenha de *Os Rascunhos

De pequenos elementos especulativos, A Princesa Desencantada é um romance leve e divertido, num tom que é pouco usual ver no mercado português, mas que se torna movimentado, engraçado e proporciona uma boa distração enquanto leitura.

  • A história

Bia, uma jovem advogada, arranjou um novo trabalho numa multinacional. Blogger estilosa, é transferida para o escritório de Gastón, um reino na Península Ibérica que serve como paraíso fiscal, refúgio para lavagem de dinheiro ou estadia para mafiosos. Sem um ordenado que corresponda aos seus gastos, Bia provém de uma família de posses altamente disfuncional: a mãe é obcecada pelas cirurgias plásticas, o pai procura remédios para aumentar a “enguia de bolso”, e a irmã é uma cleptomaníaca. Para além destas ligações familiares, o passado de Bia é assombrada por uma ex possessiva e perseguidora.

A mudança para Gastón também não se faz de forma isenta de conflitos, pois irá acompanhar o chefe pelo qual nutre sentimentos contraditórios e acaba apaixonada pelo príncipe Carlos Henrique, um tenista mulherengo.

  • A narrativa

A história é apresentada sob a forma de entradas no blogue, escritas por Bia. O tom é leve e divertido, contendo palavras e expressões criadas pela própria Bia. Entre o fascínio pelas roupas de marca (e um nível de vida que não consegue sustentar com o seu ordenado) e os conflitos amorosos, A Princesa Desencantada decorre num reino fictício, mas propício para as confusões de Bia.

A leitura é rápida, pontuada por diversos acontecimentos e pequenos conflitos ou dramas, que se sucedem criando uma história animada e capaz de proporcionar entretenimento. Não estando dentro dos meus géneros favoritos (é um romance, apesar do contexto fictício) consegue envolver e divertir, tornando-se ainda mais mirabolante do que O Diário de Bridget Jones.

  • Conclusão

A Princesa Desencantada é uma leitura aconselhada para quem gostou do estilo de O Diário de Bridget Jones, contendo elementos mais atuais e mirabolantes. A forma como a autora escolheu apresentar cada novo capítulo permite foco apenas nos momentos principais, justificando-se os saltos temporais com a possibilidade de escrita pela personagem principal. A história diverte e proporciona momentos engraçados, e, apesar dos dramas, consegue manter-se ligeira. Será, decerto, uma boa leitura para quem gosta deste género.

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